domingo, 31 de agosto de 2008

Cronologia

1785 - Casamento de Dom João e a infanta Carlota Joaquina em 18 de maio.

1792 - Em fevereiro desse ano, Dona Maria I é declarada louca e incapaz de governar Portugal, e Dom João assume o governo.

1799 - Napoleão toma a França, em 9 de novembro.

1801 - Apesar dos tratados entre Portugal e Espanha, esta vira aliada da França e, em 29 de janeiro, os portugueses recebem um ultimato para fechar os portos a qualquer navio inglês. Um mês depois, a Espanha declara guerra e invade Portugal.

1805 - Carlota Joaquina tenta um golpe de Estado contra o marido, alegando que ele era louco. Dom João descobre e manda prender os nobres que estavam envolvidos na conspiração.

1807 - Em 2 de setembro, a Inglaterra bombardeia Copenhague, capital da Dinamarca, por causa da adesão do país ao Bloqueio Continental imposto por Napoleão Bonaparte contra a Inglaterra, além de recusarem a proteção inglesa contra os franceses.

No dia 20 de outubro do mesmo ano, um edital declara oficialmente o fechamento dos portos portugueses à Inglaterra. Porém, dois dias depois, representantes dos dois países se encontraram para um tratado: se a Inglaterra escoltasse a família real até o Brasil e só reconhecesse como rei Português um Bragança, teria direito de ocupar a Ilha da Madeira e de ter comércio com a colônia.

Em 1° de novembro, Dom João recebe a seguinte notícia, com as palavras do próprio Napoleão:

"Se Portugal nãofizer o que eu quero, a Casa de Bragança, dentro de dois meses, deixará de reinar na Europa"

Em 27 de outubro, França e Espanha assinam um acordo secreto, o Tratado de Fontainebleau, que dividia Portugal em três partes, cada uma pertencente ou a Napoleão, ou a algum nobre submisso a ele.

Finalmente, no dia 24 de novembro, Dom João decide que está na hora de fugir para o Brasil, e a partida ocorre na manhã do dia 29.

1808 - Em 22 de janeiro, Dom João chega à Salvador, e no dia 8 de março desembarca no Rio de Janeiro. A partir daí, vários órgãos e decretos são criados e, no início de maio, o Príncipe Regente delcara guerra à França.

No mesmo ano, os primeiros jornais brasileiros começam a circular.

1814 - Primeira abdicação de Napoleão, em 11 de abril, e ele se retira para Elba. A segunda ocorre em 22 de junho de 1815, quanto ele é derrotado em Waterloo após tentar assumir o governo francês novamente.

1815 - O Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves.

1816 - Alguns artistas franceses, como Jean-Baptiste Debret, e suas famílias chegam ao Rio de Janeiro em 26 de março. No mesmo dia, morre Dona Maria I, rainha de Portugal.

1821 - No dia 26 de abril, a família real volta para Portugal, mas Dom Pedro permanece no Brasil com a sua esposa, Dona Maria Leopoldina, e assume a regência da colônia.

Em 5 de maio, Napoleão Bonaparte morre na ilha de Santa Helena, vítima de um cancro no estômago (é por isso que ele sempre aparecia com a mão na barriga nas gravuras). Porém, algumas pessoas suspeitam que ele foi envenenado. Em suas memórias, ele escreveu a seguinte frase sobre Dom João: "Foi o único que me enganou".

1822 - Nas margens do Ipiranga, Dom Pedro proclama a Indepêndencia do Brasil, no dia 7 de setembro.

Feito pela aluna Alice e pelo aluno Lucas Gomes.

Os dados foram coletados de livros e sites diversos, e organizados em ordem cronológica.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Família Real e a Independência do Brasil

A fuga da corte portuguesa para o Brasil gerou várias conseqüências, sendo que não são poucas as que contribuíram direta ou indiretamente para a independência da colônia.
Como primeiro exemplo, podemos citar a abertura dos portos às nações amigas. Esse decreto, parte do acordo entre Portugal e Inglaterra (os ingleses concordaram em ajudar na fuga se tivessem permissão para o comércio com o Brasil), mudou muito a vida dos brasileiros da época. Segundo o Pacto Colonial, a colônia só podia ter relações comerciais com a sua metrópole e, com a extinção disso, a independência ficou mais próxima. Agora, o Brasil não tinha que vender mercadorias por preços baixíssimos para Portugal e comprar produtos por preços astronômicos da metrópole.
Outra mudança de Dom João VI que teve efeitos para a nossa independência foi a industrialização do Brasil. Se as novas máquinas e equipamentos não tivessem vindo pra cá, a indústria brasileira não teria evoluído tanto. Depois disso, o país passou a fabricar outros produtos, de maior qualidade e em maior quantidade. Sem a industrialização, as fábricas brasileiras não seriam tão independentes na fabricação, e o povo não se sentiria mais à vontade em termos econômicos sem isso (se o Brasil ainda fosse tão dependente de Portugal como era antes, teríamos enfrentado mais problemas na Independência).
A imprensa no Brasil também teve papel significante na independência. Antes da mudança da corte, era proibida a publicação de qualquer material na colônia. Depois de 1808, foi criado o Correio Braziliense em Londres, que falava muito sobre algumas idéias que originaram algumas revoltas em território brasileiro e, mais tarde, foram a base para a independência.
Assim, podemos perceber que vários fatos influenciaram direta ou indiretamente na nossa independência. Sem eles, ela teria ocorrido também, mas mais tarde.


Texto de autoria da aluna Alice.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

E se...

E se dom João não tivesse saído de Portugal?
Alguns historiadores dizem que ele poderia ter vencido as tropas de Napoleão Bonaparte. Quando o General Junot chegou a Portugal, os soldados estavam cansados, com fome, as roupas sujas por causa da lama, e sem materiais bélicos necessários e em boas condições.
Geograficamente, o Brasil não seria como nós conhecemos hoje. Os territórios teriam sido divididos em pequenos países, como Paraguai e Uruguai, com nada em comum além da língua portuguesa. Assim, o maior país latino-americano em termos econômicos seria a Argentina.
O território seria dividido da seguinte maneira, provavelmente: um país formado pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; outro pela Região Norte e o Maranhão, mas sem o Acre; e um terceiro que abrangeria o Nordeste.
Com o provável sucesso da Revolução Farroupilha, o Rio Grande do Sul seria uma nação separada.

Provável mapa do território brasileiro

E se Dom João VI não tivesse voltado para Portugal?

As mudanças ocorridas nos 13 anos de permanência da corte foram tão grandes e marcantes, que vários fatos aconteceriam do mesmo jeito, mas com outros personagens. A Proclamamação da Independência seria feita por Dom João VI, ao invés de Dom Pedro I.
Quando teve que decidir se voltaria para seu país, o rei sabia que ou perderia Portugal ou o Brasil, e deixou seu filho aqui com a seguinte frase: "Se o Brasil se separar, antes que seja para ti, que hás de me respeitar, que para algum desses aventureiros".
Antes, até pensaram em mandar Dom Pedro I, mas ele gostava muito do Brasil (quando a corte portuguesa fugiu, ele tinha apenas dez anos) e sua esposa, a princesa Leopoldina, estava nos últimos meses de gravidez, e era muito arriscado ter um filho no mar naquela época.

Fontes Bibliográficas:
Revista Super Interessante, número 251, abril de 2008.
- Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil / Laurentino Gomes. -- São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007

O Jardim Botânico

Em 1808, com as guerras napoleônicas na Europa, os nobres portugueses deixaram o país e se instalaram no Rio de Janeiro, onde se localizava a sede de seu governo. D. João criou um jardim de Aclimação, com o objetivo de aclimatar as especiarias vindas das Índias Orientais. Este jardim transformou-se no que atualmente é o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Acreditava-se que as primeiras plantas foram trazidas do Jardim Gabrielle, nas Guianas, mas na verdade elas foram presentes de Luiz de Abreu Vieira e Silva, do Jardim La Pamplemousse das ilhas Maurício.
A Palma Mater estava entre essas plantas, e foi plantada pelo próprio Príncipe Regente, e ficou conhecida como palmeira real ou imperial. Em 1829, a palmeira floresceu pela primeira vez e, para que o Jardim Botânico fosse o único lugar do país onde ela fosse encontrada, o diretor Serpa Brandão mandou queimarem todos os frutos da árvore. Porém, durante a noite, alguns escravos colhiam os frutos e vendiam na clandestinidade, fazendo com que a palmeira se espalhasse por todo Brasil.
Em 1972, a Palma Mater foi atingida por um raio. Naquela época, tinha 38,70 metros de altura e seu tronco encontra-se no Museu Botânico. No lugar da palmeira, foi plantado outra, simbolicamente chamada de Palma Filia.

Por Karen Damasceno.

Fonte Bibliográfica:

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Observatório Nacional

O Observatório Nacional, mais conhecido atualmente como “ON”, foi criado há muitos anos atrás por D. Pedro I e localiza-se no Rio de Janeiro. Este observatório era e ainda é um centro de estudos e pesquisas científicas que ensinava e estudava a navegação, além de assuntos como astronomia e magnetismo terrestre e aspectos geográficos do território brasileiro.
Foi por meio desta instituição que o conhecimento de saberes como astronomia, geofísica, meteorologia, metrologia, física e química foram preservados até hoje e por meio deste é que também foram assinados projetos que deram início a outras instituições como o Museu de Astronomia e Ciências Afins- MAST.
O Observatório nacional se destacou pela produção de trabalhos e pesquisas de conhecimento internacional como a do eclipse total do Sol em Sobral, Ceará e, atualmente, funciona como uma espécie de escola, promovendo cursos e palestras voltadas a estudantes e professores com finalidade de mostrar o desenvolvimento de pesquisas observacionais e teóricas nas áreas abordadas.
Uma das criações do ON foi a Biblioteca do Observatório Nacional, que possui aproximadamente quinze mil livros, desde teses a obras de referência como dicionários e catálogos na área da Astronomia.
O ON também edita uma espécie de revista chamada Anuário do Observatório Nacional que aborda questões da área da Astronomia em períodos de um ano e atualmente já foi lançada a edição do ano de 2005.


De autoria do aluno Petry.

domingo, 17 de agosto de 2008

1808 – A Aventura Real

Uma empresa da prefeitura do Rio de Janeiro, responsável por várias formas de mídia das escolas da cidade, criou uma maneira divertida de aprender sobre a vinda da família real. O jogo que a empresa inventou fala sobre como as duas maiores potências da época, Inglaterra e França, viraram grandes inimigas e sobre o Bloquio Continental. O jogo abrange a Revolução Francesa, as guerras napoleônicas e fuga da corte portuguesa.
O objetivo do jogo é obter o maior número de pontos, respondendo perguntas sobre fatos históricos importantes. Quem quiser baixar, é só clicar aqui (infelizmente, não há um link direto para o download do jogo, mas na barra localizada no lado direito tem uma animação que leva à página).

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Os Franceses Bem-Vindos

A instalação da Corte no Rio de Janeiro provocou uma inédita dinamização das atividades culturais em terras americanas. Além de expedições científicas, o príncipe regente incentivou também a música, as letras, as ciências e as artes plásticas, criando museus, bibliotecas, escolas e atraindo intelectuais e curiosos de todas as partes do mundo. Os franceses começaram a chegar em grande quantidade somente após a derrota de Napoleão Bonaparte e, na sua maioria, eram simpatizantes do imperador.
Mais do que na França, encontraram no Rio de Janeiro o apoio e a proteção de um monarca que valorizava seu trabalho. Quando a paz se restabeleceu na Europa, a França e Portugal reataram suas relações diplomáticas, em 1816, os primeiros naturalistas da França chegaram acompanhando o embaixador francês, o conde de Luxemburgo.
Um deles, Pierre Antoine Delalande, ficou poucos meses no Brasil, limitando suas pesquisas somente a fauna fluminense. Já o francês Auguste de Saint-Hilaire (foto) tornou-se o mais importante naturalista do período joanino, percorrendo cerca de 15 mil quilômetros até 1822, explorando fauna e flora americanas e tornando-se cada vez mais conhecido pelo seu interesse contagiante e ilimitado. Suas obras mais importantes são Flora Brasiliae Meridionalis e Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Dessa época, preciosos também são os trabalhos dos pintores e desenhistas alemães T. Von Luthold, L. Von Rango e Johann Moritz Rugendas. Os dois primeiros são autores de O Rio de Janeiro Visto por dois Prussianos, excelente documentário da vida social da época; Rugendas produziu A Viagem Pitoresca através do Brasil, na qual registra impressões sobre a sociedade brasileira e sua indignação com a opressão que sofriam os escravos.
Por essa época também chegou ao Brasil a Missão Artística Francesa, que deixou marcas permanentes na arquitetura e nas artes plásticas brasileiras. Todos os integrantes da Missão deveriam ser empregados por D. João na recém-criada Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, que, apesar de contar com os recursos humanos necessários, só foi inaugurado dez anos depois, em 1826, com o nome de Imperial Academia e Escola de Belas Artes.
A partir daí institucionalizou-se no país o ensino artístico, fiel a orientação do neoclassicismo e do academismo vigentes na Europa.

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios -1826

Pesquisado pelo aluno Petry.

Fontes bibliográficas:
- Enciclopédia Brasil 500 Anos. Editora Abril.
- Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil / Laurentino Gomes. -- São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007

As Conseqüências da Vinda da Família Real no Desenvolvimento Cultural Brasileiro

A partir de 1808, quando D. João autorizou o funcionamento de tipografias e a publicação de matéria impressa, a instalação da Corte no Rio de Janeiro inaugurou uma importante novidade para a vida política e cultural brasileira: a publicação de jornais. No dia 10 de Setembro de 1808 foi lançado o primeiro de muitos jornais brasileiros, nomeado a Gazeta do Rio de Janeiro, era dirigido pelo frei Tibúrcio José da Rocha e se tratava de uma espécie de diário oficial da Corte.
Como havia um intenso interesse pelas novidades literárias e científicas européias, existia um intenso contrabando de livros que abastecia a elite letrada do Brasil. Ainda assim, a publicação de jornais e a instalação da Imprensa Régia representaram uma ruptura com o passado. A Imprensa Régia era a editora da Corte e, ainda que parte do que publicava não passasse de panegíricos e outros textos que louvavam a monarquia, tudo isso contribuía para o incentivo do hábito da leitura e para que desaparecessem os chamados “bandos”, comunicados oficiais antes lidos em praças públicas anunciados por tambores, para que as pessoas deles tivessem conhecimento.
A comunicação oral perdurou no Brasil por muito tempo, pois a grande maioria da população era analfabeta e ficava sabendo do que acontecia por “ouvir dizer”.
D. João estimulava muito os estudos. Em especial se fossem cientistas estrangeiros organizando missões, por conta própria, para conhecer o Brasil, no que dizia respeito a minerais, a flora e a fauna. A parti de 1810 diversos estudiosos começaram a chegar, e seus trabalhos e estudos são, até hoje, de enorme valia para historiadores, sociólogos e antropólogos. O barão Georg Heinrich Von Langsdorff, cônsul-geral da Rússia no Brasil instalou-se nos arredores do Rio de Janeiro e acabou por transformar sua residência em um museu de história natural, palco de “reuniões” entre cientistas de passagem pelo Brasil. Langsdorff, anos mais tarde, recebeu apoio de Nicolau I para empreender uma expedição pelo interior brasileiro, alcançando o Arraial do Tijuco, em Minas Gerais, e a região amazônica.
Em 1815 chegou ao Rio o príncipe alemão Maximilian Von Wied-Neuwied (foto). Era um naturalista por excelência e deixou importantes contribuições nos campos da botânica, zoologia e etnologia, colhendo suas informações em várias expedições realizadas pelo sertão da Bahia.
Em seu livro Viagem ao Brasil nos Anos de 1815 e 1817, apresenta ricas e inéditas informações etnográficas relativas a tribos de índios brasileiros. Esteve em uma aldeia de puris, onde colheu dados precisos e detalhados sobre sua língua, costumes e comportamento desses índios, até hoje de grande interesse para os estudos de antropologia.
Foram também de grande importância para a botânica os naturalistas da missão científica austro-bávara, o botânico Karl Friedrich Philipp Von Martius e o zoólogo Johann Baptist Von Spix, que percorreram o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão e o rio Amazonas.

Pesquisado pelo aluno Petry.

Fontes bibliográficas:
- Enciclopédia Brasil 500 Anos. Editora Abril.
- Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil / Laurentino Gomes. -- São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Rio de Janeiro: um Centro Musical de Qualidade Internacional


D. João era um instrumentista, compositor e apreciador da música sacra assim como seu pai, e é por esse motivo que sempre incentivou a música como arte, uma arte estimulante e acessível a todos independente de sua condição social. Além da música, D. João estimulou também a ópera, o balé e outras modalidades de música “profana”. Desse modo, rompeu-se a hegemonia da música religiosa, existente desde os autos jesuíticos de catequese, e cujo ponto máximo está nas obras dos compositores mineiros setecentistas.
Foi com as obras sacras, no entanto, que começou a modernização da atividade musical brasileira. Iniciada com a reorganização da Capela Real, sob a direção do padre José Maurício Nunes Garcia, foi admirada por todos e, tendo um excelente coral, foi motivo de comparação entre os melhores grupos musicais da Europa. Por essa época, vários artistas importantes dirigiam-se ao Rio de Janeiro atraídos pela efervescência cultural da cidade.
Em outubro de 1813, a vida musical da Corte ganhou grande estímulo com a inauguração do Teatro São João, dirigido por Marcos Portugal, na praça do Rossio, atual praça Tiradentes no Rio de Janeiro, onde hoje está o Teatro João Caetano. Este teatro foi transformado em um grande templo da música, envolvendo vários estilos de música e dança, como a “modinha”, canção romântica de salão acompanhada por cravo, piano ou violão, e constituiu um ponto obrigatório para o público elegante e para todas as pessoas que desejavam mostrar certo destaque social.

Pesquisado pelo aluno Petry.

Fontes bibliográficas:
- Enciclopédia Brasil 500 Anos. Editora Abril.
- Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil / Laurentino Gomes. -- São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007

domingo, 3 de agosto de 2008

Imprensa no Brasil

"A Gazeta do Rio de Janeiro só imprime notícias favoráveis ao governo... Gastam tão boa qualidade de papel em imprimir tão ruim matéria, que melhor seria se fosse usado para embrulhar manteiga."
Hipólito José da Costa, Editor do Jornal Correio Braziliense, 1809

O primeiro jornal impresso no Brasil foi a Gazeta do Rio de Janeiro, dirigido pelo frei Tibúrcio da Rocha, em 10 de setembro de 1808. Até a fuga dos portugueses para o Brasil, os brasileiros estavam proibidos de ter acesso a qualquer publicação.
A Gazeta era impressa duas vezes por semana, e suas notícias eram favoráveis ao governo e à Inglaterra, quando falava sobre Napoleão Bonaparte. Com a independência, o jornal deixou de circular.
No dia 1° de junho de 1808 (três meses antes do primeiro número da Gazeta), o brasileiro Hipólito José da Costa publicou o Correio Braziliense em Londres. Nesse jornal os brasileiros podiam ler artigos que falavam sobre a Europa, o Brasil e os Estados Unidos com certa imparcialidade. O jornal falava sobre idéias de independência, o que ajudou algumas revoltas e a própria independência brasileira.
Apesar de proibir a circulação do Correio no país (ele entrava clandestinamente), Dom João ajudava o jornal com mil libras anuais, de 1813 até 1821. Assim, Hipólito era menos crítico quando falava sobre ele.
Assim como a Gazeta, o Correio Braziliense fechou as portas com a independência do Brasil, pois Hipólito não via sentido em publicar um jornal no exterior quando o país estava independente. O dia da Imprensa no Brasil é comemorado em 1° de junho, data da fundação do jornal.
Vários outros jornais surgiram depois desses: em São Paulo, no ano de 1823, foi publicado o primeiro jornal impresso lá, o Farol Paulistano. Em 1870, o Correio Paulistano agitava os ânimos com idéias sobre a Proclamação da República e, em 16 de novembro de 1899, o jornal A Província de São Paulo foi impresso com a frase "Viva a República!" em letras grandes na capa. Depois disso, passou a se chamar O Estado de São Paulo.
Em 1857, foi publicado O Guarani, escrito por José de Alencar, no jornal O Diário do Rio de Janeiro, e fez um grande sucesso. Alguns anos mais tarde, já existiam jornais espalhados por todo o país e, em 1907, foi publicado o primeiro exemplar em cores no país, Gazeta de Notícias.

Fontes bibliográficas do post:
- Schwarcz, Lilia Moritz; Spacca. D. João Carioca: a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821) -- São Paulo, Companhia das Letras.

sábado, 2 de agosto de 2008

Banco do Brasil

Dom João assinou o decreto que cria o Banco do Brasil em 12 de outubro de 1808. O Banco teria a função de organizar transações comerciais e trocar ouro em pó ou em barras por bilhetes que funcionavam como moeda corrente.
A instituição já possuía uma sede no Rio de Janeiro, na Rua Direita, esquina com a Rua São Pedro, e entrou em funcionamento em 11 de dezembro de 1809. O capital do Banco era de 1.200 contos de réis em forma de ações, sendo que cada ação valeria um conto de réis. Porém, no fim de 1812 somente 126 tinham sido compradas.
Em 1821, quando Dom João VI e a corte portuguesa retornam para Lisboa, eles levaram os recursos monetários depositados. Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I declarou a independência do Brasil, e o Banco teve um importante papel para ajudar a pagar escolas, hospitais e equipamentos para os navios que acabaram com a resistência portuguesa.

Fonstes bibliográficas do post:

Receitas

Para acompanhar a postagem anterior, que falava sobre a culinária portuguesa, nada melhor do que duas receitas. A primeira é uma com palmito, ingrediente brasileiro pelo qual Carlota Joaquina se apaixonou. A segunda receita é de um pudim português, ancestral do pudim de leite. No Brasil, foi acrescentado o leite condensado à última receita, que facilita a preparação, mas descaracteriza o sabor. As receitas foram retiradas da mesma revista usada na postagem anterior.

Palmito Carlota Joaquina

Ingredientes (4 porções):
40 g de alho picadinho
20 ml de óleo de oliva
360 g de palmito (prefira o pupunha) cortado em rodelas
40ml de vinho branco
20 g de salsinha
20 g de cebolinha
10 ml de azeite trufado
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Acompanhamento
2 folhas de alface verde
2 folhas de alface roxa
12 fatias de pão torrado

Decoração
4 talos de ciboulette

Preparo:
- Numa frigideira, doure o alho no óleo quente. Salteie o palmito e junte o vinho. Acrescente a salsinha, a cebolinha e o azeite trufado. Tempere com sal e pimenta.
- Com as folhas, faça uma cama no fundo dos pratos.
- Coloque o palmito no centro, formando uma torre e, ao lado, disponha as torradas.
- Sirva decorado com a ciboulette.


Pudim marfim

Ingredientes (8 porções):
Recheio
500 g de açúcar dissolvido em 2 xícaras (chá) de água
250 g de amêndoas raladas
2 pedaços de casca de laranja (sem a pele branca)
1 cravo-da-índia
1 colher (café) de canela em pó
1 colher (café) de erva-doce
150 g de pão ralado

Massa
300 g de farinha de trigo
100 g de manteiga
2 gemas de ovos
Água com sal, quanto baste, para dar ponto à massa
Açúcar com canela para polvilhar (finalização)
Óleo de oliva para fritar (finalização)

Preparo
Recheio
- Com o açúcar e a água, faça uma calda em ponto de cabelo. Misture o açúcar com a água e leve ao fogo brando, sem mexer, até a calda atingir 106°. Para obter o ponto certo, coloque um pouco de calda entre os dedos polegar e o indicador. Ao abrir os dedos, deve formar-se um fio que ofereça certa resistência. Adicione as amêndoas, as cascas de laranja, o cravo, a canela, a erva-doce e ferva durante 3 minutos. Retire do fogo, coloque o pão ralado e mexa muito bem.

Massa
- Misture a farinha de trigo com a manteiga, as gemas e vá colocando água aos poucos, até a massa obter liga suficiente para ser sovada, ficando lisa e homogênea. Numa superfície de trabalho, estenda a massa como rolo deixando-a bem fina. Corte-a em círculos com uma carretilha, usando como medida um pires de chá.

Finalização
- Coloque uma colher (sopa) do recheio no meio de cada círculo de massa e dobre.
- Aperte as dobras dando forma de pastel.
- Frite aos poucos em óleo oliva, escorra em papel absorvente e sirva polvilhado com açúcar e canela.
- Pode-se acrescentar fios de ovos para decorar.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Culinária Portuguesa no Brasil

Entre as diversas novidades que chegaram com Dom João, estavam as inovações culinárias. Essas também influirão na própria indústria brasileira, já que com a fuga da corte foi permitida a plantação de olivas para fabricar o azeite. Antes, esse privilégio era apenas de Portugal, grande exportador de azeite de oliva, que não queria concorrência das colônias.
Dom João trouxe um cozinheiro de Portugal, José da Cruz Avarenga, e dizia que só ele sabia preparar frangos do jeito que o rei gostava. O frango sempre foi uma paixão da família Bragança, e boatos dizem que o monarca comia seis aves por dia: três no almoço e três na merenda. Porém, nem só de frango vivia o rei. Ele também apreciava carnes bovina e suína, assim como arroz e chouriço.
Durante os 13 anos que esteve no Brasil, Dom João só chorou duas vezes: a primeira no enterro de sua mãe, Dona Maria I, e a segunda ao voltar para Lisboa, quando teve que se despedir da cozinheira que preparava sua comida todos dos dias. Porém, o último choro não pode ser comprovado.
A princesa Carlota Joaquina era exigente quanto sua comida. Gostava muito do palmito e da cachaça brasileira, e documentos registraram que ela sempre pedia "mercadorias finas", como amêndoas e damasco. Além disso, Carlota trouxe o gosto pelo chocolate ao Brasil.
A história culinária de Portugal está profundamente ligada aos doces. As receitas eram feitas desde muito antes de conhecerem o açúcar pelos árabes. Para cada momento na vida, tinham um doce especial. A fabricação de doces no Brasil teve muita influência portuguesa, principalmente quando a família real veio para cá. Entre os antigos doces que sobreviveram até os dias de hoje, com pouquíssimas alterações na receita original, estão o manjar-branco e o pão-de-ló.

Fonte bibliográfica do post:
Revista Gula. Edição Histórica: 200 anos da vinda da família real, ano 15 número 188. Páginas 170 a 180, 198 e 199. Editora Peixes.

Livro e Filme


A maioria das pessoas indicaria, como livro sobre a vinda da família real, 1808, de Laurentino Gomes. Para fugir um pouco disso, indico outro, tão bom quanto o anterior. Se chama D. João Carioca: A Corte Portuguesa Chega ao Brasil (1808-1821). O livro fala sobre o assunto de uma forma totalmente nova: em forma de história em quadrinhos. A história começa com as primeiras recomendações que Napoleão faz a Dom João, alertando sobre o perigo de ter seu país invadido.
Com os desenhos, fica muito mais fácil imaginar as cenas da época, como a cidade de Salvador, e as reações das pessoas envolvidas nessa aventura. Foi escrito por Lilia Moritz Schawrcz, professora do departamento de antropologia da Universidade de São Paulo, e tem vários outros livro publicados, como As barbas do Imperador - D. Pedro II, um monarca nos trópicos. O responsável pelos desenhos e parte da pesquisa é João Spacca de Oliveira, mais conhecido como Spacca, cartunista que já trabalhou para a Folha de São Paulo e ilustrou vários outros livros, inclusive dois que ele mesmo escreveu (Santô e o País da Aviação e Debret em Viagem Histórica e Quadrinhesca ao Brasil). O livro custa R$ 30,00 e é da Cia. das Letras.

Outra dica interessante é o filme brasileiro Carlota Joaquina - Princesa do Brasil, dirigido por Carla Camurati e com Marieta Severo (Carlota) e Marco Nanini (D. João IV). Este filme mostra com humor o contexto histórico e a vida da Princesa no Brasil.

A Viagem

Com a ameaça de Napoleão Bonaparte de invadir Portugal caso esse não se juntasse ao Bloqueio Continental, um antigo plano português começou a ser avaliado. A família real portuguesa deveria fugir para uma de suas colônias, escoltada pela Inglaterra. No dia 24 de novembro de 1807, chegou às mãos de Dom João um jornal francês, com a seguinte notícia: A Casa de Bragança Cessou de Reinar. Com medo de enfrentar os soldados do general Junot, Dom João decide vir para o Brasil.
A saída da família real portuguesa aconteceu na manhã do dia 29 de novembro de 1808, uma manhã ensolarada. Os portugueses que moravam em Lisboa foram assistir a partida, muitos surpresos por terem sido abandonados. Se tal fuga tivesse ocorrido nos dias de hoje, as pessoas logo elegeriam outras pessoas para presidente, governadores e demais cargos políticos. Porém, dois séculos atrás e num país atrasado como Portugal, ser abandonado pela corte era quase como ser abandonado pelos próprios pais. Quando estava na carruagem (não a Real, para disfarçar a fuga), que ia rápido pelas ruas de Lisboa, a Rainha Dona Maria I falou a seguinte frase: "Não corram tanto. Vão pensar que estamos fugindo".
Para não correr muitos riscos, caso os navios fossem atacados por Napoleão ou naufragassem, a família real viajou separada. Porém, os dois herdeiros diretos do trono português, Dom Pedro e Dom Miguel, viajaram com o pai e a avó na nau Príncipe Real. Essa decisão era muito arriscada, porque se algo desse errado, três gerações seriam perdidas. Carlota Joaquina viajou com quatro de suas filhas (Maria Teresa, Maria Isabel, Maria de Assunção e Ana de Jesus) no barco Alfonso de Albuquerque. As outras duas foram no Rainha de Portugal.
Durante a viagem, todos passaram por problemas. Faltavam coisas essenciais em alguns barcos, principalmente os portugueses, como água e lenha. Alguns barcos portugueses foram "reprovados", por não estarem em condições de realizar uma viagem tão longa. Mesmo assim, alguns que seguiram tiveram de passar por reparos ao longo da viagem.
Os tripulantes também passaram por problemas. No navio onde estava Carlota Joaquina, um surto de piolhos atacou quem estava a bordo, inclusive a princesa. As damas tiveram suas cabeças raspadas e tratadas com um pó antisséptico e banha de porco, e suas perucas foram jogadas no mar. Para não desembarcarem carecas, elas usaram turbantes ao chegar ao Brasil, e as brasileiras logo aderiram à idéia, achando que fosse moda na Europa.

Bibliografia do post:
- Revista Desvendando a História Especial, ano 1 número 3, Editora Escala Educacional. Página 30.
- Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil / Laurentino Gomes. -- São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007
- Schwarcz, Lilia Moritz; Spacca. D. João Carioca: a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821) -- São Paulo, Companhia das Letras.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Personagens Ilustres, parte 2

Dona Carlota Joaquina:
Nasceu em Aranjuez, na Espanha, em 25 de abril de 1775. O seu casamento com dom João significava, principalmente, um reforço na aliança ibérica. Porém, Carlota Joaquina jamais assumiu o papel de rainha de Portugal por não conseguir esquecer suas origens.
Era extremamente ambiciosa, e sempre procurava intervir nas decisões do marido. Sua ambição ganhou fama quando dom João retornou para Portugal. Como seu filho predilheto era dom Miguel, ela o apoiou quando o mesmo tentou conquistar o trono português.
Boatos dizem que Carlota Joaquina traía Dom João, como mostra o filme brasileiro Carlota Joaquina: Princesa do Brasil, e que nem todos os filhos eram do futuro rei. Os amantes dela recebiam títulos do próprio rei.

Napoleão Bonaparte
Nasceu em 15 de agosto de 1769, em Ajaccio, na Córsega. Com apenas 27 anos já era General, respeitado pelo povo francês e por seus soldados. Obteve grandes vitórias em batalhas na Europa e conquistou grande parte do território europeu. Estudiosos atribuem essas vitorias à grande capacidade de estratégia de Napoleão.
Casou-se com Josefina de Beauharnais em 1796, mas, como Carlota Joaquina, nunca foi muito fiel. Após se divorciar de Josefina, casou com Maria Luísa de Aústria com quem teve um filho chamado Napoleão II da França.
Na busca pela derrota dos ingleses, Napoleão decretou o Bloqueio Continental ao país em 1806. Quando o Imperador tentou convencer Portugal a aderir ao bloqueio, encontrou um grande problema, pois os portugueses eram grandes aliados da Inglaterra. Por fim, mandou as tropas do General Junot invadirem Lisboa, o que ocorreu logo depois da saída da família real. Os soldados chegaram tão cansados que alguns historiadores afirmam que, se Dom João tivesse permanecido em Portugal, poderia ter vencido os franceses.
A decadência de Napoleão mostrou-se na tentativa de invadir a Rússia, em 1812. Os russos usaram a Tática da Terra Arrasada, que constitui em destruir qualquer coisa que possa ajudar os inimigos, como as plantações. Isso, mais o rigoroso inverno da Rússia, dizimou o exército francês.
Enquanto isso, na França, quem estava descontente com o governo aproveitou a ausência do Imperador para dar um golpe de Estado, mas não obtiveram sucesso imediato. Em 1814, Napoleão é obrigado a se exilar na Ilha de Elba, mas foge de lá para reconquistar a França. Novamente derrotado, ele se exila na Ilha de Santa Helena, onde morre em 5 de maio de 1821.


Fontes Bibliográficas das duas postagens:
Revista Desvendando a História Especial, ano 1 número 3, Editora Escala Educacional. Páginas 8 a 12.
Napoleão Bonaparte na Wikipédia (visto no dia 28/07/2008)

Personagens Ilustres, 1ª Parte

Muitas pessoas fizeram parte da mudança da Família Real para a sua maior colônia. Porém, alguns merecem um destaque maior do que os outros:

Dona Maria I de Portugal:

Mãe de Dom João IV, nasceu no dia 17 de dezembro de 1734, em Lisboa com o nome de Maria Francisca Isabel Josefa Antônio Gertrudes Rita Joana. Desde pequena, a 26ª rainha de Portugal mostrava uma inteligência extraordinária e um grande talento para a música e sabia ler português e espanhol aos 4 anos e, aos cinco, já aprendia latim.
Dona Maria era muito religiosa, fato que criou seu cognome "A Piedosa". Esse fanatismo ocasionou a morte de seu filho José Francisco, em 1788, vítima da varíola. A mãe não permitiu que aplicassem a vacina no rapaz por "escrúpulos religiosos".
Quando assumiu o trono, em 24 de março de 1777, dona Maria I cercou-se de bons conselheiros e destituiu o marquês de Pombal que, apesar de ter sido um bom ministro de dom José e de ter colaborado na reforma após o terremoto que atingiu o país em 1775, nunca esteve nas boas graças da rainha.
Apesar da soberana ter liderado o destino de sua nação e de seu reinado ter sido marcado por obras na cultura e urbanismo de Portugal, após vinte anos de reinado a rainha começou a apresentar sinais de loucura. Um dos exemplos disso é que, quando assaltaram uma igreja em Lisboa, dona Maria declarou nove dias de luto nacional.
Assim, depois de vários fatos semelhantes, a rainha teve que aceitar que seu filho assumisse o trono em 10 de fevereiro de 1792.

Dom João IV de Portugal:
Nasceu em 13 de maio de 1767, em Lisboa. João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança não foi o primogênito, mas acabou assumindo o trono por causa da morte de seus três irmãos (dois morreram ainda bebês e o outro morreu de varíola). Casou-se em 1785 com Carlota Joaquina de Bourbon, que tinha apenas dez anos na época. Dessa união nasceram seis filhas e três filhos.
Sabe-se que dom João era medroso e adiava o máximo possível as suas decisões. Isso ocorreu, principalmente, quando Napoleão "convidou" Portugal para se juntar ao Bloqueio Continental à Inglaterra, grande aliada dos portugueses no comércio. A maoir decisão que teve que tomar na sua vida foi a vinda da corte para o Brasil. Na partida, ele retirou toda a fortuna dos cofres portugueses, fato que se repetiria quando retornasse a Portugal.

domingo, 8 de junho de 2008

Introdução

Em janeiro de 2008, comemoramos os 200 anos da vinda da família real portuguesa para o Brasil. Quando Dom João e sua corte vieram para cá, eles fizeram muito mais do que apenas fugir de Napoleão Bonaparte: mudaram a história de Portugal e do Brasil. Pela primeira vez em séculos um monarca viajava até uma de suas colônias e não era só para visitar, e sim para morar. Pressionado pelo imperador francês para fazer parte do bloqueio continental à Inglaterra, grande aliada no comércio português, o monarca resolve fugir para não receber nem o mesmo destino dos reis que desafiaram Napoleão nem o da Dinamarca, que resolveu se juntar ao grupo de países do bloqueio.
Assim, em novembro de 1807 foi posto em prática um plano muito antigo da monarquia portuguesa: ir para uma de suas colônias para escapar das ameaças recebidas. A marinha inglesa escoltou os navios até o Brasil e em troca os portos da Colônia seriam abertos para as nações amigas. Essa foi a primeira das muitas mudanças feitas após a chegada da Corte portuguesa. Máquinas foram encomendadas para aumentar a produção e trazer tecnologia às terras brasileiras. Foram criados o Banco do Brasil, o Jardim Botânico e o Observatório Nacional.
No nosso trabalho, apresentaremos algumas dessas mudanças e outras características dessa viagem que mudou a história de nosso país.